Todos que convivem comigo sabem que sou o chato que falava de política no falecido Orkut. Talvez até antes. Se eu tivesse acesso a internet nos anos 90 em casa eu teria sido o criador do primeiro blog anonymous do Brasil, com certeza.
Sempre tive noção política, desde que me lembro como gente. Primeiro por acompanhar notícias em jornais, rádios e televisão influenciado pelos costumes de minha mãe. Depois pela Maratona de debates que tivemos na sétima série durante a crise de Collor, CPI e etc, pq afinal em toda prova, seja de Geografia, Português, História ou química tinha a pergunta: O que é uma CPI? E nós quebrávamos o pau como quebramos hoje no facebook. Mas ao vivo.
E me lembro de várias campanhas. Primeiro e de memórias mais nebulosas foram do Jânio acredito, aos quais me lembro de ganhar e colecionar as vassouras, bottons, porta título e todo o farto material publicitário e santinhos de campanha que era distribuído na época.
Depois foi a fase Malufista de SP, onde todos que conhecia votavam em Maluf, faziam carreatas e adoravam suas novas obras que acabavam com as enchentes, dava leite e apesar de roubar, fazia e acontecia, estuprando e matando. Taxistas, donas de casa, empresários, todos eram Maluf. Menos a galera que morava na favela na quadra ao lado. Maluf elegeu Pitta, como O plano Real Elegeu FHC ou como Lula elegeu Dilma.
E eu fui pulando de opinião como Raul sempre recomendou: prefiro ser uma metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo. Já disse isso em alguns vídeos do canal como os abaixo, mas não posso deixar de afirmar, que a cada passo que dou para tentar mudar o mundo através da política, parece que isso me afasta mais, me manda para mais distante.
Pensei como Malufista, depois torci pra FHC, cansei de não ter emprego e votei no Lula, comecei a pensar como esquerdista e ai pensei em ser do P-SOL, mas as incessantes ligações a cobrar dos membros do partido me chamando de companheiros me incomodavam demais. Tarde da noite, tocava o telefone, era a cobrar e o pior: era do partido cobrando que o companheiro fosse a reunião urgente para acabar com o capitalismo. E eu só queria ser atendido pelo dentista do posto de saúde na época.
Depois comecei a conhecer outras formas de se falar em fazer política. Me enveredei novamente para a direita, mas sempre com um pensamento no social a esquerda. Ai surgiu a Soninha Francine, Eduardo Jorge e muitas outras pessoas que foram me atraindo para um movimento de esquerda e ecológico.
Depois de novamente me afastar da política, fui me meter a fazer com as próprias mãos as mudanças de paradigmas que achava que conseguiria fazer, seguindo inspirações em movimentos como o Zeitgeist e similares que ia encontrando escondidos em meio a tantas informações na internet. fiz isso com este blog durante meses. Me senti um idiota postando os problemas do bairro e só sendo consultado pelas empresas do ramo imobiliário querendo que eu tirasse as críticas do ar. Acabei fazendo, mesmo sem receber vantagem alguma por isso. Me vi rancoroso em muitos posts e mudei de foco. Apaguei tudo e fui plantar pra ver se colhia.
Mas ai, quando eu nem queria mais saber de política e sim em reciclar tudo que pudesse ser reciclado, como cocô de cachorro por exemplo, percebi que se eu queria ter um empreendimento, teria de além de fazer política para conquistar clientes, teria de faze-la para conquistar espaço dentre os abutres da política regional interiorana. Ai fiquei de saco cheio e voltei a pensar em fazer política.
Desta vez, depois de muito militar pelos anonymous, tivemos em 2013 a maior manifestação espontânea da historia do Brasil. Um momento em que eu e minha esposa víamos um futuro e poderíamos planejar nossa vida, sem medo de ser roubado por uma quadrilha disfarçada de partido. Mas, conforme poderão ler nos relatos desta viagem, eu ainda não cheguei ao fundo do poço.
>>CONTINUA EM BREVE.